O graffiti criado pelo artista português Vhils interage com o ambiente urbano onde é inserido e possui uma técnica bem diferenciada!
Vhils, nome artístico de Alexandre Farto, nasceu em Lisboa em 1987 e iniciou seus trabalhos com o graffiti no início dos anos 2000.
Além da experiência adquirida com seu trabalho nas ruas, Vhils também procurou aprofundar seu conhecimento técnico e artístico ao estudar na University of the Arts London e na Bryam Shaw School of Art, ambas em Londres, cidade onde reside atualmente.
Vhils cresceu em Seixal, um subúrbio repleto de indústrias que fica próximo a Lisboa.
As mudanças e transformações provocadas pelo desenvolvimento e crescimento urbano de Portugal nas décadas de 80 e 90 foram alguns dos fatores que influenciaram bastante o trabalho do artista, especialmente no início de sua carreira.
Em especial, Vhils se inspirava na particularidade da forma como as paredes da cidade absorviam as mudanças históricas e sociais que haviam acontecido e estavam acontecendo ao seu redor.
A técnica que Vhils utiliza para criar suas obras é bem diferenciada e inovadora, sendo que ele esculpe a base da superfície onde desenvolve seus graffitis. É um estilo único!
O artista possui uma forma marcante de expressar suas criações… é como se fosse uma poesia visual, sendo brutal e complexo ao mesmo tempo.
Nas suas obras, é comum ver rostos esculpidos nos murais. Estes rostos são imbuídos de uma simplicidade que fala para o centro das emoções humanas.
É uma reflexão permanente sobre a identidade, a vida e os ambientes saturados das sociedades urbanas contemporâneas.
Entre os temas mais trabalhados pelo artista estão a luta entre as aspirações do indivíduo e as exigências da vida cotidiana, o fim da singularidade cultural em razão do desenvolvimento globalizado e a realidade uniforme que o mundo nos impõe.
Vhils destaca esse “apagamento” da individualidade do ser humano, mas ao mesmo tempo passa a mensagem de resistência. Esse contraste é explorado através das semelhanças e das diferenças, das realidades locais e das realidades globais e da destruição que nos aflige versus a beleza que existe nesse ambiente esmagador.
Assim sendo, podemos considerar a arte de Vhils como uma espécie de “destruição criativa”, onde ele escava as camadas superficiais da nossa cultura material como se fosse um arqueólogo urbano do mundo moderno, expondo o que há além dessa superficialidade das coisas e devolvendo o significado e a beleza das dimensões descartadas que foram enterradas debaixo da terra.
Vhils é um experimentalista que desenvolveu brilhantemente o conceito da estética do vandalismo em uma pluralidade de meios de comunicação social que vão além do graffiti.
Além dos seus trabalhos de street art, ele também desenvolve pinturas em stencil, explosões de pirotecnia para modelagem em 3D, entre outros projetos que lhe permitiram expandir os limites da expressão visual.
O estilo e a criatividade absurda de Vhils o tornaram um dos maiores nomes da arte urbana mundial e, pra conhecer melhor os trabalhos do cara, se liga no seu Facebook e no seu Instagram.
